História da Arquidiocese


ARQUIVO ARQUIEPISCOPAL
A HISTÓRIA DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

A primeira anotação histórica da Arquidiocese de São Paulo está datada em três de julho de dois mil e vinte e três, durante o pontificado de Bonifácio III, ocasião em que foi nomeado o excelentíssimo Dom Giovanni Coppa ao ofício de Arcebispo Metropolitano. Acredita-se que foi nesse momento que ocorreu a instalação oficial da Arquidiocese, bem como a posse de seu primeiro arcebispo, consolidando assim a estrutura eclesiástica na região. Posteriormente, no pontificado de Pio X, verificou-se uma mudança significativa quando o Monsenhor Gabriel Aloisius foi nomeado Administrador Apostólico da Arquidiocese, após a nomeação do Arcebispo Giovanni Coppa como Cardeal Proto-Diácono e Vigário Geral de Sua Santidade para a Cidade do Vaticano. Pouco tempo depois, o Administrador Apostólico foi nomeado Arcebispo pelo mesmo pontífice em 25 de julho de 2023, vindo a receber a púrpura cardinalícia em 13 de agosto do mesmo ano, pelo Papa Clemente IX.

Seguindo a linha sucessória, em 27 de agosto daquele ano, o Papa Clemente determinou a criação da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e transferiu para esta o Cardeal Aloisius, deixando assim a Arquidiocese de São Paulo vacante. Diante disso, o Vaticano nomeou o Cardeal Odilo Pedro Scherer para o ofício de Arcebispo Metropolitano. Foi sob a liderança de Dom Odilo que se idealizou e edificou o atual complexo da Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Assunção, abrangendo a Igreja-Catedral e todas as suas dependências, consolidando a estrutura arquitetônica e pastoral da Arquidiocese.

Com a morte do Papa Clemente, o então Arcebispo Scherer foi eleito Sumo Pontífice, assumindo o nome de João Paulo. Para sua sucessão na Arquidiocese, o Vaticano escolheu o Dom Gilmar Costa. Nesse mesmo período, o Pontífice procedeu ao desmembramento da Arquidiocese de São Paulo, criando assim a Diocese de Xingu-Altamira, e nomeando o Bispo Agnelo Rossi como seu primeiro Prelado e elegendo o Cardeal Giovanni Battista Rè para o Arcebispado Paulista. Entretanto, após o falecimento do Papa João Paulo III, o Cardeal Odilo Pedro Scherer reassumiu temporariamente a administração da Arquidiocese de São Paulo. No entanto, com a eleição do Papa João, Dom Odilo foi levado à condição de arcebispo emérito e seu sucessor na sede paulistana foi Dom Geraldo José Omar Brito, que posteriormente tornou-se persona non grata na Igreja.

O destino da Arquidiocese sofreu novas reviravoltas quando, com a vacância da Sé Romana, o Cardeal Geraldo José foi eleito Sumo Pontífice. Como consequência, mais uma vez, o Cardeal Scherer retornou ao governo arquiepiscopal. Entretanto, sua saúde debilitada e a instabilidade gerada após um escândalo na Cúria Romana, levou o Papa Inocêncio a nomear um novo Administrador Apostólico para São Paulo, elevando-o depois a Arcebispo Metropolitano. A situação de crise instaurada pelo antipapado de Geraldo José e Inocêncio culminou com a decisão do Papa Gregório I de extinguir a Arquidiocese de São Paulo em 16 de agosto de 2024, encardinando todos os prelados paulistanos diretamente à jurisdição romana. O status de São Paulo permaneceu indefinido durante o pontificado do Papa Leão, seu sucessor, sem quaisquer sinais de reestruturação.

Todavia, a chegada do Papa Augusto ao trono pontifício trouxe uma guinada na história eclesiástica da cidade. Em um consistório memorável, o novo Pontífice decidiu reabrir a Arquidiocese de São Paulo, restaurando sua dignidade por meio da Bula Pontifícia "Apostolicum Múnus", nomeando o Cardeal Dom Giovanni Battista Rè como seu novo Arcebispo Metropolitano. Além disso, numa decisão inovadora, o Papa determinou que todos os cardeais da Cúria Romana passassem a exercer funções pastorais na Arquidiocese, instituindo assim os "Comissários Pontifícios", a partir de 22 de outubro de 2024. No entanto, antes de assumir plenamente a Arquidiocese, o Cardeal Rè caiu gravemente enfermo, forçando o Vaticano a buscar uma solução alternativa. Com a necessidade de revitalização e novos rumos, em 25 de outubro daquele mesmo ano, o Papa Augusto nomeou Dom Frei Bruno Souza Cardeal Novak, OFMCap, como novo Arcebispo, tornando-se o primeiro franciscano a ocupar o cargo. Pela primeira vez na história da Arquidiocese, foi designado um Cardeal Coadjutor, Dom Arturo Ferretti, que governaria conjuntamente com o Arcebispo Novak, promovendo ajustes estruturais e administrativos.

O Papa Augusto, no entanto, decidiu desmembrar a Arquidiocese de São Paulo, criando um Vicariato Apostólico, o que resultou na transferência do Cardeal Ferretti. Além disso, Dom Bruno foi afastado por improbidade administrativa. Em meio às pressões da Cúria Romana, em 9 de novembro, o Papa nomeou Monsenhor Riccardo di Nardo como novo Arcebispo, que assumiu com um plano de reestruturação grandioso. No mesmo período, em 12 de novembro, o Papa nomeou Frei Tommaso Viglietti, OFMCap, como Arcebispo Coadjutor, garantindo que a tradição franciscana se mantivesse na Arquidiocese.

A virada do ano trouxe um marco significativo quando, em 22 de dezembro, véspera do Natal, o Papa Augusto surpreendeu a todos ao promulgar a Bula Pontifícia "Archidioecesi Sancti Pauli Titulum Primatiae", conferindo à Arquidiocese de São Paulo o título de Primazia da Igreja no Brasil. No entanto, com a renúncia do Papa Augusto, o novo Pontífice, Papa Urbano, nomeou Dom Frei Tommaso Viglietti, OFMCap, como Metropolita do Arcebispado. Pouco tempo depois, Dom Tommaso renunciou em 22 de janeiro, sendo substituído, mais uma vez, por Dom Odilo Pedro Scherer.

Após um período de transição, o Papa Urbano nomeou Dom Edson Teixeira como novo Arcebispo de São Paulo. No entanto, diante de movimentações internas na Cúria Romana e da crescente pressão do Colégio de Cardeais, o Pontífice viu-se compelido a realizar uma nova reestruturação da Arquidiocese. Assim, em 23 de março de 2025, determinou a nomeação do Cardeal Frei Dom Agnelo Rossi, OFMCap, para ocupar a liderança da Sé paulistana, dando início a um novo capítulo na história da Arquidiocese de São Paulo.