
Multidão celebra unidade da fé no Santuário Mãe de Deus
durante a 2ª Visita Apostólica do Papa Urbano I.
Confesso que fui ao Santuário Mãe de Deus neste domingo mais por curiosidade que por devoção. Papa Urbano, em sua segunda Visita Apostólica à nossa caótica e, ao mesmo tempo, mística São Paulo, prometia comoção. Prometeu e cumpriu.
Às 21h30, quando a maioria dos mortais já começa a procurar o caminho da cama, uma multidão seguiu em direção oposta: para o altar. Sim, literalmente. No momento da consagração, padres, bispos, cardeais e — por que não? — o povo de Deus inteiro se achegou ao altar como quem toma posse da fé que é sua. Aquilo parecia menos uma liturgia e mais uma coreografia de comunhão, uma encenação (verdadeira, veja bem) daquilo que os Evangelhos vivem sussurrando há dois milênios e que, por algum milagre moderno, todos escutaram ao mesmo tempo.
E então, claro, terminou a Missa. O que era oração virou festa. O Papa foi ovacionado. A segurança, que parecia formada por estátuas de mármore, perdeu o compasso e viu uma multidão romper as linhas e conquistar terços, bênçãos e selfies com o Sucessor de Pedro. O povo venceu. A graça venceu. A logística perdeu. Mas tudo bem.
Dom Agnelo, nosso Arcebispo, foi diplomático e pastoral como se espera: agradeceu ao Papa, louvou o trabalho do pároco Cônego Gregório (que, justiça seja feita, moveu o céu e a terra para essa celebração), e ainda fez questão de citar três senhoras que — ao que tudo indica — mantêm a paróquia em pé nos bastidores: Dona Benta, Irmã Gertrudes e a eterna Dona Neves, cuja memória pairava sobre todos como incenso litúrgico.
O Cônego, homem das letras e do incenso, publicou uma carta aberta. A carta, diga-se, é emocionada e merecida. Ele sabia que ontem algo maior do que ele havia acontecido. E não fingiu o contrário.
No fim das contas, fiquei ali, parado, intrigado: será que é disso que a Igreja precisa? De um altar aberto, de um Papa que desmonta a ordem sem destruir a forma, de um povo que acredita que pode — e deve — subir? Não sei. Só sei que ontem, no Sanutário Mãe de Deus, parecia que o céu tinha decidido dar uma volta por São Paulo. E gostou do que viu.
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NOTA DE AGRADECIMENTO
Paróquia Santuário Mãe de Deus
Cônego Gregório Andreolli Magnus
Com o coração tomado de emoção e gratidão, a Paróquia Santuário Mãe de Deus vem publicamente agradecer a Sua Santidade, o Papa Urbano, pela graça incomparável de sua visita pastoral e pela solene celebração da Santa Missa em nosso Santuário.
Foi um momento de luz e bênção, onde a presença do Santo Padre entre nós renovou a esperança, fortaleceu a fé e aqueceu os corações de todos os filhos e filhas desta comunidade, profundamente devotos da Mãe de Deus. Sentimo-nos tocados por suas palavras de sabedoria e pela simplicidade que nos recorda o próprio Cristo.
Estendemos também nosso sincero agradecimento ao clero presente, aos religiosos e religiosas, e a todo o povo fiel que participou com reverência e alegria desta celebração excelsa. Ver nossa igreja repleta de oração, canto e comunhão foi sinal vivo da ação do Espírito em nosso meio.
Se, em meio à grande emoção e à alegria desse dia abençoado, algo não correspondeu às expectativas de Vossa Santidade ou de nossos amados irmãos no clero e nos fiéis, peço humildemente vossa compreensão. Tudo foi preparado com o mais profundo amor, reverência e gratidão.
Seguimos em missão, sustentados pela lembrança deste dia santo e pela certeza de que, com a bênção do Santo Padre e sob o olhar amoroso da Mãe de Deus, caminhamos firmes na fé.
Dado e passado nesta Paróquia, aos quatro dias do mês de maio do ano do Senhor de dois mil e vinte e cinco.
Com gratidão e júbilo,
Cônego Gregório Andreolli Magnus
Pároco