Coluna do Cravo – Por um jornalista meio católico, meio cínico, mas 100% intrigado


TERREMOTO NA CÚRIA ARQUIDIOCESANA:
GRITOS, RENÚNCIAS E A DANÇA DAS BATINAS NA ARQUIDIOCESE!

Se você acha que o calor do inferno é forte, é porque não estava na última audiência do clero paulistano. Era pra ser só mais uma dessas reuniões em que padre finge que ouve, bispo finge que manda, e todo mundo termina comendo pão com mortadela na casa paroquial. Mas São Paulo resolveu provar que a Arquidiocese vive – e com fogo.

Padre Geraldo Maia, nosso augusto matraga, já chegou bufando. Gritou mais que beata sem microfone, acusou a Arquidiocese de estagnação, criticou a ausência de iniciativas e disse que Dom Agnelo anda mais sumido que santo de igreja demolida. Nem o próprio se salvou: o padre fez o favor de se criticar no pacote. 

O grande choque da noite foi a renúncia de Dom Cláudio Hummes. Enquanto alguns imaginavam que ele só queria dar um tempo de tudo, Rossi, por outro lado, respirou aliviado. Afinal, agora ele poderia, finalmente, dar a ele o cargo que mais gosta: o de “padre” – e quem entende de padres é Rossi. Ele, claro, viu nisso uma oportunidade de ouro para ajustar sua “ferramenta pastoral”. Quem precisa de bispos quando se tem um bom número de padres?

Mas calma que não acabou.

Mas se você acha que acabou, calma. Faltava ele: o Lukke Muller, importado diretamente da Diocese de Roma, autointitulado “último santo vivo no Habblet”. Aparentemente, tentou forçar uma celebração na Comunidade Santo Antônio, em São Miguel Paulista, o que fez o clero paulista, já estressado, explodir. As críticas ao sacerdote foram tão duras que quase pareceram um pedido de excomunhão. 

Dizem que ele comentou algo como “o Brasil é terra dos índios e o Arcebispo ao invés de cacique é pajé”, em tom de desprezo, o que levantou o véu da fúria até dos mais calmos. O Arcebispo não pestanejou e, num gesto duro, expediu uma nota oficial exigindo que o Cardeal Vigário de Roma, Dom Egidijus Ozolins, ponha ordem na casa.

Quer mais? Pois tudo indica que nos próximos dias virá à tona um novo plano pastoral, um que realmente funcione — ao menos essa é a aposta. Alguns padres já torcem o nariz, outros estão animados, e uma coisa é certa: nunca se viu a Arquidiocese tão viva, tão fervendo, tão... perigosa.

No final, quem aparece com ar misterioso e uma pilha de papéis? Ele mesmo, Monsenhor Gilmar Costa, o chanceler mais temido desde o Concílio de Trento. Não esteve na audiência, mas deixou seu recado:

        – Três novos bispos incardinados (uns já esperados, outros nem tanto).
        – Padre Rafael Aloisius incardinado como clérigo da casa.
        – Padre Óscar Scheid, aposentado à francesa.
        – Cinco prelados transferidos do nada. (Dança das Batinas tá no ar!)

Se a Cúria Romana treme com o cheiro de crise, São Paulo está dançando no fogo com véu e coroa. Sejamos honestos, a crise interna da Arquidiocese tá feia, mas ainda parece piquenique perto do que rola em Roma. Pelo menos aqui os padres ainda gritam com a cara limpa e os bispos renunciam de pé. 

E isso, meu caro leitor, é quase uma revolução. Ou um surto coletivo muito bem organizado. E com fé, claro — porque nem toda desordem é pecado. Às vezes, é só o Espírito soprando — e soprou forte.
Postagem Anterior Próxima Postagem