
São Paulo-SP,
11/07/2025,
Ano Jubilar da Redenção, Peregrinos da Esperança.
"Sob a autoridade do Ordinário local e respeitando os legítimos estatuos e os direitos adquiridos, o reitor de igreja é obrigado a velar para que as funções sagradas sejam celebradas dignamente, de acordo com as normas litúrgicas e as prescrições dos cânones, para que se cumpram fielmente os encargos, para que se assegurem a conservação e o decoro das alfaias sagradas e das construções, e para que nada se faça que não convenha de algum modo à santidade do lugar e ao respeito devido à Casa de Deus" (Cân. 562).
Ao Ex.mo. e Rev.mo Dom Idalécio Maria Skol e Araújo,
Arcebispo Metropolitano de São Paulo-SP;
Aos seus auxiliares,
Dom Vittorio Cavalieri,
Dom Caio Medeiros,
Dom Claudio Hummes;
À quem de Direito;
Ao povo de Deus,
Estimados,
Ao ser nomeado reitor da Catedral da Sé, São Paulo-SP, recebi, junto à provisão, a incumbência de ser pastor do povo de Deus, que diariamente recorrem à Sé Catedral para a recepção dos sacramentos e assistência sócio-espiritual, aguardando, não de mim, mas de Deus, que os atrai, receber a compensação das suas necessidades.
Por essa razão, tendo consciência de que sou apenas um operário na vinha do Senhor e que, apesar das minhas limitações, Ele cuida de mim e me capacida àquilo que me confia, agradeço ao Excelentíssimo Arcebispo de São Paulo, Dom Idalécio, pela confiança depositada e rogo, também àqueles que lêem, o auxílio para o bom desempenho dessa missão.
Diferente das nomeações de outrora, quando recebi o paroquiato da Paróquia de São Sebastião, aquela que foi meu primeiro amor e chão pastoral para o desempenho dos meus primeiros dias como padre, também da Paróquia de São José de Anchieta e também da Assunção, a nomeção à reitoria da Sé Catedral exige de mim fazer com que esta passe daquela visão errônea, criada pelos tempos, de lugar para a realização de pompas ao seu estado natural-canônico: guardar a Cátedra do Bispo -- por isso, este templo ganha o título de Catedral --, donde ele, como pastor supremo da Igreja local, governa, ensina e santifica; ser paróquia, enquanto lugar propício à congregação do povo, sobretudo para o culto litúrgico; e símbolo, não de centralização, mas da unidade arquidiocesana -- eu julgo que parte daí meu primeiro desafio: fazer com que todos, cada um em suas particularidades, sintam-se um; fazer com que a diversidade, característica natural/biológica nossa, não seja um meio de separação, mas de enriquecer aquilo que somos em primeira instância, pela natureza batismal: povo de Deus.
O plano para vencer este desafio e demais outros que surgirão pelo tempo, é:
1º, o desenvolvimento do sentimento de pertença: todos aqueles que fazem a Arquidiocese de São Paulo, são paroquianos da Catedral, quer sejam clérigos, quer sejam leigos -- essa pertença, obviamente, não é natural, visto que cada um de nós somos filhos de comunidades diversas, mas é comutativa/adquirida, isto é, a partir daquele momento primeiro em que eu, clérigo, sou incardinado no clero de São Paulo, eu passo a gozar de direitos e deveres próprios da Arquidiocese e um desses direitos é: concelebrar ou presidir os sacramentos na Catedral, mas também evocando aquele dever: fazer com esta continue sendo Catedral: símbolo da unidade, casa comum dos fiéis;
2º, divisão das tarefas: penso que isto resulta do sentimento de pertença, que, ao enxergar que tenho deveres junto à Sé Arquidiocesana e à Sé Catedral, passo a colaborar com ela naquilo que me foi confiado, sem jogar toda a responsabilidade "nas costas" do outro, fazendo com que este comute/acarrete em si ou para si aquilo que era/é dever de todos.
Por fim, quero ratificar meu pedido de ajuda de toda a Arquidiocese junto à Catedral, sobretudo à festa da sua padroeira, Nossa Senhora da Assunção, que se aproxima; também verbalizar minha felicidade por estar assumindo mais uma missão, tendo, portanto, a oportunidade de deixar uma cota de contribuição à Santa Igreja e à Arquidiocese de São Paulo, esta que, há um pouco mais de 10 anos, me acolheu e a mim conferiu o Sacramento da Ordem; igualmente, me colocar, tal e qual como naquele 14/08/2013, à disposição da Igreja e dos irmãos, suplicando tão somente que me façam ser útil no serviço aos pobres e no anúncio da Boa Nova.
Em Cristo, Pastor e Guia,
Pe. Kleber Renan Bedor,
Dia de São Bento, Abade.